THERE AND BACK AGAIN
Cerro Chapelco se encontra a apenas 19 km de San Martin de los Andes, pengando a Ruta de los Siete Lagos, sentido Villa La Angostura, até o km 15, trecho no qual pode-se apreciar a bela vista do lago Lácar. A partir daí, deve-se pegar um desvio pela Ruta Provincial 19 que conduz ao centro invernal. Este percurso final infelizmente não é dos melhores, com estrada estreita e mal conservada, sem contar com a neve na pista, muito comum nesta época do ano.
O serviço de transporte pode ser contratado por empresas especializadas equipadas com vans ou se vc preferir pode combinar com algum taxista local. Acaba que as vans tem um custo benefício melhor e ainda que pequena flexibilidade de horário delas fazem delas a escolha certa. Mesmo porque com elas não tem lero-lero não, marcou o horário os caras passam, com seus maravilhosos bancos reclináveis e ar aquecido. Os taxis são uma opção pra quem não quer compromisso com o horário, ou pra quem gosta de emoções fortes. Vimos taxis equipados com pneus slicks, aqueles utilizados em pistas secas na fórmula 1, descendo a trilha nevada no pau. Tem que ter sangue nos olhos!!! O.o
O tempo total do trajeto gira em torno de 40 minutos, tempo suficiente pra tirar um cochilo já que as vans começam a subir para a montanhas às 8:30. Geralmente o retorno é a partir das 17:00, quando a estação fecha, mas caso vc esteja indisposto e queira voltar mais cedo, há taxis no cerro a sua inteira disposição, mediante o pagamento de 60 pesos, é claro...
CERRO CHAPELCO
A base de Cerro Chapelco, de La Base, está a 1250 metros acima do nível do mar e o pico, Cerro Teta, a 1970 metros. De la Base apresenta uma infra-estrutura invejável com restaurantes, serviço médico, lojas de roupa e souvenirs, rental shop , telefone públicos e acesso a internet, não sendo apenas um local de mera passagem.
Na parte intermediária, a 1600 metros, logo na saída do lift mais importante da estação, Telecabina, encontra-se outro centro comercial com lojas e restaurantes, como cafeteria, pizzaria, creperia e um self service com cara de bandeijão... heheheh... Há também outros restaurantes espalhados por toda estação, como Rancho Manolo, Refugio Graeff e a Pradera del Puma. O almoço é servido a partir do meio dia e é bom chegar cedo, pois geralmente é difícil encontrar uma mesa, ainda mais se vc estiver em grupo. As refeições não são as melhores que eu já comi não, mas também não deixam a desejar. O ideal é comer algo leve e rápido, para poder aproveitar ao máximo o cerro.
Apesar de Chapelco contar com 12 meios de elevação, eles não atingiram as nossas expectativas. De um modo geral, os lifts são lentos, o que além de acarretar em “viagens” longas, gera um grande acúmulo de pessoas na entrada e filas enormes, principalmente na base e na parte intermediária da montanha. Já as partes mais elevadas e geralmente mais restritas, o acesso é feito por três Pomas e um T-Bar. Sem comentários esses lifts, (se é que posso chamar o Poma e o T-Bar assim ne?!) só mesmo trepando neles pra ter noção de como é horrível. Se o pessoal de Chapelco considera a estação como de 1º mundo, eles poderiam dar uma melhorada nos meios de elevação ne!?
PERSONAL EXPERIENCE
Bom, deixando esses probleminhas de lado, a estação propriamente dita é muito boa, o que surpreendeu a todos. Cerro Chapelco conta com 27 pistas e área esquiável de 140 hectáres, além de 2 snowparks. Tem de tudo um pouco para todos os gostos e níveis. Do alto da montanha ainda é possível apreciar a bela vista do vulcão Lanín e do lago Lácar.
As pistas fáceis e intermediarias são, em geral, bem largas e compridas, mas normalmente tumultuadas. Não é difícil esbarrar com gapers, chiquitos e o pessoal da ski school atrapalhando a nossa vida. Apesar disso, a galera do playground, composta pelos integrantes e snowboarders de primeira viagem André de la Mueta e Gabriel Bocutti, se esbaldou nas pistas verdinhas. Eles não saiam de nada por nada. Foi lá que eles aprenderam os movimentos básicos, aprimoraram suas técnicas e também caíram aos montes. Hehehe...
Já para os mais avançados, além das pistas rubias e negras, há área fora de pista e os snowparks. Infelizmente, durante os primeiros dias de nossa estadia, o mal tempo e a falta de neve não permitiu desfrutar de tudo que Chapelco tinha para nos oferecer. O solzinho até que tentou dar uma força, mas sem sucesso. E só para piorar nossa situação, São Pedro resolveu jogar água no nosso chopp... E a neve, que já era escassa, se foi com a chuva. Principalmente na base, era possível presenciar lugares já sem nenhuma neve mesmo, o que era branco já estava marrom de terra, digo, barro. Os parks, não vimos nem sinal deles, as áreas de backcountry estavam fechadas, e por muito pouco não fomos ao Cerro Teta. Com relação a Cerro Escalonado, o outro pico da montanha, encontrava-se aberto na maior a parte do tempo, onde podemos desbravar sem maiores problemas, porém a área para fora de pista mais badalada de Chapelco, conhecida como La Pala, nem deu sinal que de ia abrir.
Apesar de tudo que vínhamos passando, tempo fechado, visibilidade baixa, falta de neve, longas filas e até mesmo chuva, o melhor tinha que ficar pro final mesmo. Depois deste sofrimento todo, na noite do nosso antepenúltimo para penúltimo dia houve uma nevasca daquelas. Nevou a noite toda e o dia amanheceu sem nenhuma nuvem. Era tudo que queríamos. Sem dúvida alguma foi o melhor de todos os dias, tempo aberto e neve de primeiríssima qualidade. Mas como alegria de pobre dura pouco, eu me empolguei tanto que levei um rola sinistro, quebrei a lente do meu goggle, um Scott Ransom, e ainda contundi minhas costelas. Com isso, tive que ir pro chuveiro mais cedo, mas não foi por vontade própria não, a dor que tava insuportável. Eu bem que tentei descer mais umas vezes, mas não teve jeito. Fui avaliado pelo nosso fisioterapeuta Glauco para saber da minha real situação, e felizmente ele não constatou nada mais grave não.
Para o último dia, já estava recuperado e pronto pra outra. Infelizmente o tempo não estava como o dia anterior não, mas estávamos confiante que o dia prometia. Tudo corria normalmente, como nos outros dias, o Cerro Teta fechado assim como durante toda nossa estadia. Até que já nos acréscimos da prorrogação, tivemos a feliz notícia que a Silla Del Mallín, lift que leva ao cume, estava aberta. Não pensamos duas vezes e tomarmos o rumo do Cerro Teta, mesmo sabendo que a visibilidade do pico estava comprometida. Chegando lá, me sentia como um dos personagens de Saramago em “Ensaio sobre a Cegueira”, não se via nada, era tudo branco. Não era possível identificar o brancos do céu com o da neve. Não conseguíamos enxergar uns 5 metros a nossa frente. Para ajudar, a neve estava dura e repleta de ice patches. Uma beleza. Mas mesmo assim, tomando os devidos cuidados é claro, partimos em direção a base da montanha, na que seria nossa última descida da temporada. Com a pista estava toda marcada correu tudo bem e nossa descida não poderia ter sido melhor. Bem, poder até podia, mas “tá valendo”…
De um modo geral, nossa estadia em Chapelco foi muito proveitosa, procuramos aproveitar ao máximo a infra-estrutura da estação. Infelizmente, em função do mal tempo e das longas filas não pudemos explorar o quanto gostaríamos, mas isso faz parte. A galera do play também curtiu de montão. Já no final da temporada, eles não estavam mais brigando com la tabla e já “snowboardeavam” com certa segurança. Só queria lembrar aqui que o centro de ski ainda conta com escola de ski / snowboard, passeios de snowmobile, trenós puxados por huskies e caminhadas com snowshoes.
Obviamente não podemos deixar de comparar as estruturas com a estação visitada em 2007, Cerro Castor, em Ushuaia. Enquanto a cidade de San Martin deu um balaio em Ushuaia em termos de infra-estrutura, o mesmo não ocorreu na comparação das estações: Cerro Castor se provou uma experiência bem mais agradável para nossa equipe do que Chapelco. E os motivos são muitos: menos filas, lifts mais modernos e velozes, mais neve... Enfim, foi bem mais bacana. Sabemos que é complicado fazer essas comparações, mesmo porque justamente na época que fomos a Chapelco eles tiveram sérios problemas de falta de neve, que levou ao fechamento de vários lifts e que por sua vez causaram um aumento das filas e assim por diante, mas a questão da tecnologia é indiscutível. Claro que Cerro Castor é mais novo, mas é bom que o povo de Chapelco realmente comece a pensar em modernizar as estruturas ou vai começar a perder público já, já...
Bom galera, vamos nos despedindo de todos... Gostaríamos de lembrar que durante essa temporada de 08/09, nossa equipe enviou correspondentes ao hemisfério norte para trazer informações em primeira mão para vocês; e uma delas, Thaís Schivek, está em Winterplace Ski Resort, no estado de West Virginia, e em breve nos manterá informado das últimas noticias de lá. Nosso outro correspondente, o grande Dudu, encontra-se M.I.A. e daremos notícias dele assim que ele nos der alguma. E aguardem nos próximos posts mais informações sobre o PENANEVE* 2009, pelo que tudo indica rumo ao Chile... e 2009 promete, já que ano ímpar é sinônimo de muita neve... =D
Abraços pros chicos e beijos pra chicas....
Hasta la vista...